Áudio expõe manobra irregular de auxiliar de Moraes e reforça denúncias de abuso no Judiciário
- Redação
- 5 de set.
- 2 min de leitura

Um áudio de 11 de novembro de 2022, revelado pelo ex-chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, traz à tona mais um episódio que compromete a credibilidade do Supremo Tribunal Federal e do ministro Alexandre de Moraes.
Na gravação, o juiz Airton Vieira, auxiliar de Moraes no STF, admite ter recorrido a atalhos informais para obter relatórios da Justiça Eleitoral sobre críticos da Corte durante o período eleitoral. Em suas próprias palavras, Vieira reconhece que não poderia formalizar o pedido sem expor a irregularidade:
“Não tenho como, formalmente, se alguém for questionar… Vai ficar uma coisa muito descarada. Como o juiz instrutor lá do Supremo manda para alguém lotado no TSE, e esse alguém, sem mais nem menos, obedece, manda um relatório.”
O magistrado ainda admite que a ligação direta entre STF e TSE só era possível graças à presença de Moraes nos dois tribunais, mas reconhece que o canal paralelo levantaria suspeitas se viesse a público.
Rede paralela para perseguir opositores
A gravação sugere a existência de uma estrutura paralela e ilegal de cooperação entre auxiliares do STF e do TSE, usada para contornar regras processuais e perseguir empresários, jornalistas e políticos conservadores em 2022.
Juristas apontam que o próprio juiz revela consciência da ilegalidade, mas mesmo assim atuou para satisfazer interesses do gabinete de Moraes. Esses relatórios sigilosos foram utilizados em operações polêmicas de buscas, apreensões e censura de perfis nas redes sociais.
O que a lei determina e foi ignorado
Pelo rito legal, qualquer solicitação do STF deveria:
partir de um ministro relator, nunca de um assessor;
ser formalizada por meio de ofício oficial ao TSE;
identificar o processo e o fundamento legal;
ter registro protocolado em ambos os tribunais;
e ser respondida formalmente pelo TSE.
Nada disso foi seguido. Em vez disso, um atalho obscuro foi usado, sem transparência ou segurança jurídica.
Impacto político e jurídico
O conteúdo do áudio aumenta a pressão sobre Moraes, já acusado de abuso de autoridade e censura. Trata-se de mais uma prova de que o Judiciário extrapolou suas funções e atuou de forma política contra adversários ideológicos.






Comentários