Rio de Janeiro vira palco do “Festival da Maconha”: UERJ sedia evento que celebra cultura canábica com dinheiro público e apoio institucional
- Redação
- 17 de out.
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O Rio de Janeiro, mais uma vez, será palco de uma polêmica envolvendo o uso de estruturas públicas para a promoção da cultura canábica. Entre os dias 20 e 24 de outubro de 2025, o Centro Cultural da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) abrirá as portas para a primeira edição brasileira do Festival Internacional de Cinema Canábico (FICC) — evento que pretende transformar a cidade no epicentro latino-americano de debates sobre “arte, cultura e cannabis”.
A proposta, apresentada sob o pretexto de “reflexão e mudança cultural”, tem dividido opiniões. Enquanto organizadores defendem o uso do cinema como instrumento para “romper estigmas” e promover “diálogo social”, críticos enxergam mais uma tentativa de normalizar o consumo e a agenda pró-legalização da maconha, agora com o respaldo de instituições públicas e recursos estatais.
Com programação 100% gratuita no Centro Cultural da UERJ e sessões pagas no Estação NET Rio e na Casa Apepi, o festival exibirá produções de 15 países — muitas delas exaltando a cultura da cannabis. Segundo os organizadores, pretende “ampliar perspectivas” sobre o uso da planta.
Entre os filmes exibidos, estão produções como Os Sonhos de Pepe, sobre o ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, conhecido por ter legalizado a maconha em seu país; A Planta, do brasileiro Beto Brant; e Verano Trippin, da Argentina, que explora “juventude, liberdade e contracultura”.
Para o produtor-executivo Francisco Ferraz, o evento chega “para ficar” e deve integrar o calendário cultural do Rio. Mas a escolha da UERJ — uma universidade pública financiada com dinheiro do contribuinte — como sede principal levanta questionamentos sobre os limites entre incentivo cultural e promoção ideológica.
O festival, desembarca no Brasil com o discurso de “fomentar a transformação social”. Na prática, porém, boa parte da programação gira em torno da glamourização do uso recreativo da cannabis, incluindo o lançamento do documentário Cheech & Chong’s Last Movie, que celebra os “maconheiros mais famosos do planeta”.
Além das exibições, o evento oferecerá oficinas, debates e palestras sobre “ativismo e educação canábica”, com destaque para a participação de João Amorim, diretor de filmes de viés ativista. O espaço ainda contará com “experiências interativas” e um “bloco cultural” com o sugestivo nome de Planta na Mente, encerrando o festival com festa e show de rap.
Enquanto o país enfrenta crises na educação, na saúde e na segurança pública, o uso de espaços financiados pela população para promover a cultura da maconha acende um alerta. O debate sobre políticas de drogas é legítimo — mas transformar universidades públicas em vitrines de ativismo pró-cannabis levanta uma questão: até que ponto a cultura pode ser usada como ferramenta política?






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