Barroso diz que “é preciso saber a hora de sair”: seria o fim de uma era no STF?

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a comentar publicamente sobre o futuro de sua trajetória na Corte durante um evento em Salvador (BA), nesta segunda-feira (6). Barroso declarou que “a vida é feita de ciclos, e a gente deve saber bem a hora de entrar e a hora de sair”, reacendendo especulações sobre uma possível aposentadoria antecipada.

A fala ocorreu no fórum Ruy Barbosa, durante o encontro do Conselho de Presidentes de Tribunais de Justiça (Consepre). Diante de magistrados e autoridades, Barroso destacou o simbolismo do momento, relembrando que sua primeira participação como ministro também havia ocorrido na Bahia. “Comecei minha jornada no Supremo aqui e, de certa forma, estou encerrando-a aqui também”, afirmou.

Nos bastidores do Judiciário, o discurso foi interpretado como um prenúncio de saída, ainda que o ministro tenha esclarecido que se referia apenas ao encerramento de sua presidência no STF, concluída em setembro. O comando da Corte passou para o ministro Edson Fachin, que permanecerá à frente até 2027.

Sua eventual saída, segundo analistas, poderia marcar uma transição de fase para o tribunal, especialmente diante das críticas sobre o excesso de interferência da Corte em temas sensíveis da política nacional.

Caso Barroso confirme a aposentadoria, a vaga aberta caberá ao presidente da República indicar o sucessor, o que poderá reacender debates sobre o equilíbrio de forças dentro da Corte.

Por ora, o ministro segue participando nas sessões plenárias e nas agendas institucionais, mantendo o suspense sobre o futuro. Mas, ao afirmar que é preciso “saber a hora de sair”, Barroso sinaliza que a possibilidade de deixar o STF está, de fato, mais próxima do que nunca.