Torcedores romenos pedem fim da perseguição a cristãos na Nigéria, onde mais de 30 são mortos por dia
- Redação
- 21 de out.
- 2 min de leitura

Durante o jogo entre Romênia e Áustria, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, torcedores romenos protagonizaram uma cena marcante: uma faixa com os dizeres “Defend Nigerian Christians” (“Defendam os cristãos nigerianos”) foi erguida nas arquibancadas do Estádio Nacional de Bucareste, no domingo (12). A partida terminou com vitória da Romênia por 1 a 0, mas o protesto chamou mais atenção que o placar.
O gesto foi registrado pela página cristã Ballers in God e pela organização Portas Abertas, que classificaram a ação como uma “demonstração de solidariedade com os cristãos nigerianos, vítimas de um verdadeiro massacre silencioso”.
Segundo a International Society for Civil Liberties and Rule of Law (Intersociety), mais de 7.000 cristãos foram assassinados na Nigéria apenas em 2025, a maioria em ataques promovidos por extremistas islâmicos e milícias fulani. Outros 7.800 cristãos foram sequestrados ou detidos por causa da fé — o que representa uma média de 30 mortes por dia.O relatório alerta que o país vive uma “crise humanitária ignorada”, marcada por impunidade e inação do governo.
Outros levantamentos reforçam a gravidade. A organização Open Doors afirma que a Nigéria é hoje “o país onde mais cristãos são mortos por sua fé no mundo”, com igrejas destruídas e famílias inteiras forçadas a deixar suas casas. Já a Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) descreve “condições alarmantes de liberdade religiosa”, pedindo que os EUA classifiquem a Nigéria como “país de preocupação particular (CPC)”.
Mesmo diante das divergências, o protesto em Bucareste reforçou a visibilidade internacional da causa. Ao exibir a faixa em defesa dos cristãos nigerianos, os torcedores romenos colocaram luz sobre um tema que, segundo analistas, ainda recebe pouca atenção da mídia global.
A jornalista Lidia Coman, uma das organizadoras do ato, afirmou que o gesto buscou “lembrar o mundo de que há pessoas morrendo todos os dias apenas por acreditarem em Jesus Cristo”.
O debate reacende a discussão sobre o papel da comunidade internacional diante de crises de fé e liberdade religiosa. Enquanto as estatísticas divergem, o consenso é que a Nigéria vive uma das piores ondas de violência da última década — e que o silêncio global pode custar ainda mais vidas.






Comentários